Fé em Deus e "fé em Deus"

Mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé

I Tim 1: 19 (nvi)

Nas provas mais difíceis da vida, nossa fé é experimentada numa prática tão radical que beira a noção incrédula e sem temor que o cantor Cazuza tinha de Deus, quando nos sofrimentos provocados por uma doença que ele adiquiriu por sua própria irresponsabilidade com a vida e com o corpo que Deus lhe deu, ele bradou: "Nós, as cobaias de deus".

Mentes disprovidas de temor sempre vão entrar em choque emocional com Deus diante das mazelas da vida.
Muitas vezes pregando sobre a fé, por causa das experiências que Deus já havia me permitido passar (ainda não tão difíceis quanto a que vivo agora), jfalei que uma coisa é falarmos a alguém que está passando pela prova: "Tenha fé", e outra coisa é precisarmos falar para a nossa prórpia mente com a mesma convicção que nos move quando o espinho não está na nossa carne.

Percebi então já ha um bom tempo que o exercer da fé suplanta toda possibilidade de pensamento positivo de que as coisas vão dar certo e tudo... Nunca passa pela minha mente negar essa possibilidade, mas preciso continuar na convicção que sempre tive, de que a vitória sobre os problemas da vida nem sempre vem nos nossos moldes.

Jesus disse algo interessante aos Seus Discípulos pouco antes da Sua morte, em João 16: 33 " Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo".

Interessante é perceber que Ele não diz que venceu as aflições, mas diz que venceu o mundo; o causador das aflições!

Para alguns pregadores dessa "fé" que "pega" todos os problemas e "rasga e joga fora", amarrando e repreendendo certamente Jesus na cruz seria censurado por sua "covardia" diante dos desafios como: "salva-te a ti mesmo" ou quem sabe não diriam que Ele blasfemava quando clamava em alta voz: "Eli Eli, lamá sabactâni"; como poderia Deus tê-Lo abandonado? Que falta de fé é essa? - diriam alguns...

O que diríamos dos Apóstolos ( os verdadeiros, os da Bíblia) que morreram torturados, crucificados, degolados, e dos heróis da Igreja, os mártires mortos enforcados, queimados  vivos e de tantas outras formas diversas, as mais cruéis possíveis?

O que podemos perceber é que ha pouca disposição para aceitar a vontade de Deus como ela de fato o é. Mas para isso ser realidade não significa que eu não possa sofrer com as dificuldades que nessa jornada de vida, Deus nos permite. Não significa que eu não possa pedir e crer em um Deus que pode curar da noite para o dia, mas significa que mesmo crendo que Ele pode fazer, preciso saber se Ele QUER fazer.

Pra muitos isso é cruel e "inabsorvível", mas diante das verdades Bíblicas é a mais pura realidade.

Tiago adverte no capítulo 4 vs 13, 14 e 15 de sua Epístola sobre pessoas que fazem seus planos sem pedir a direção de Deus. E o que eu vejo de interessante é que não ha nada mais natural na vida do que fazer planos, mas Tiago (Irmão de Jesus) quer salientar que se Deus é Senhor sobre todas as coisas, fazer planos sem pedir a direção dEle é o referencial popular de "dar murro em ponta de faca" - não serve de nada e ainda traz uma dor terrível!

Muito mais do que isso, uma fé que não compreende que essa vida é passageira, que a vida daqueles que entregaram suas vidas a Jesus Cristo receberam dEle a garantia de uma morada eterna na sua eterna presença, é essa fé que só consegue ver vitória no permanecer nessa vida terrena.

Cheio de fé, Paulo anuncia sua morte na Segunda carta a Timóteo, capítulo 4 vs 7 e 8:

"Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.

Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda."

Não anuncio morte e ninguém tem o direito de fazê-lo, mas a certeza da vitória sobre ela alimenta minha fé sobre os problemas da vida.

Firmes em Cristo!